sexta-feira, 15 de julho de 2011

Lula estreia site para falar 'bem e mal' de outros

Seis meses e 14 dias após deixar a Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou um espaço na internet para conversar diretamente com os internautas.
"Quase desencarnado" da cadeira presidencial, Lula disse que pretende usar a internet para trocar ideias.
"Acho que vamos ter muita coisa para comentar juntos, falar muito, falar bem e falar mal dos outros", ironiza em um vídeo publicado no www.icidadania.org.
Citando o escritor e amigo Ariano Suassuna, Lula se justifica: "falar mal só tem sentido se a gente falar pelas costas, mas como eu estou falando pela internet não posso falar pelas costas.
Nós vamos falar bem e mal pela frente", brincou.
No vídeo de quase quatro minutos, o ex-presidente admite que ainda não desligou por inteiro de seu governo.
"Ainda não desencarnei totalmente porque eu tenho viajado muito e em todas as viagens eu tenho que contar o que as pessoas querem saber (sobre seu governo)", explica, listando em seguida os feitos de gestão.
O ex-presidente não se define como palestrante nem conferencista.
"Não sou nada mais do que um contador de casos de um governo bem sucedido", resume.
Lula aproveita também para alfinetar a imprensa.
"Vocês sabem que meus amigos da imprensa continuam falando muito bem de mim.
Vocês acompanharam, primeiro eles tentaram dizer que a presidente Dilma era muito diferente de mim, que era outra coisa, depois passaram a dizer que era a mesma coisa, depois disseram que não era mais a mesma coisa, depois era fraca e depois era forte", diz.
Em seguida, Lula afirma que a presidente Dilma Rousseff faz parte de um projeto que começou no seu governo.
"As pessoas não percebem que a presidente Dilma faz parte de um projeto do qual participam milhões de brasileiros e do qual eu faço parte.
Esse projeto é vencedor não apenas porque venceu as eleições, é porque tem o que fazer neste País até 2014, até 2018 e até dois mil e não sei quanto", complementa.
Longe do Planalto, o ex-presidente conta que a partir de agora pretende se dedicar à integração dos países da América Latina e que quer repassar a experiência das políticas sociais brasileiras para os países da África. No entanto, ele avisa que ainda tem "muita coisa para fazer neste País".
No final do vídeo, o ex-presidente destaca que continua o mesmo Lula do passado.
"Você percebe que eu não mudei muito, que eu continuo falando demais", diz.
Ele conta aos internautas que voltou para o mesmo lugar de onde saiu para assumir a Presidência: a sala do Instituto Cidadania, na zona sul de São Paulo.
"A casa é a mesma, a cortina é a mesma, só os livros que são diferentes porque eu ganhei antes de deixar a Presidência".

Lula: 'não precisa ser especialista para saber que somos diferentes'

Redação SRZD | Nacional | 14/07/2011 20h27
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feira do 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes e voltou a criticar a imprensa. O ministro da Educação, Fernando Haddad, também esteve presente na cerimônia que reuniu centenas de estudantes em Goiânia (GO).

"Há quanto tempo não faço um discursinho", disse Lula afirmando que "não que não via a falar no microfone". O ex-presidente disse que a imprensa tenta criar animosidade entre ele e Dilma Rousseff ao ressaltar diferenças de estilo de governar.

"Não precisa ser especialista para saber que somos diferentes". Segundo Lula, "o dia em que tiver divergências (com a presidenta), ela vai estar com a razão".

O presidente da UNE, Augusto Chargas, afirmou que a entidade não é "chapa branca", como foi acusada na imprensa, por ter aceitado patrocínio dos ministérios dos Transportes, Saúde, Turismo, Esporte e Educação, e da Petrobras.

"Essa é uma afirmação muito equivocada. A UNE sempre contou com apoio público para realizar suas atividades", disse. Contudo, o ex-presidente Lula o aconselhou a não se preocupar "com quem te chamou de chapa branca. Aquele jornal não cobre o Rio, não chega à Baixada Fluminense".

Haddad também defendeu a UNE ao dizer que "algumas pessoas acham que é possível comprar consciência com alguns trocados. Estudantes não se vendem por dinheiro nenhum".