domingo, 13 de fevereiro de 2011

PT dá cargo a Lula para manter seu protagonismo

Valor Online/HR
A recondução de Luiz Inácio Lula da Silva ao comando do PT é mais que uma homenagem ao seu líder maior, nesses 31 anos de existência partidária. Com a decisão, o partido faz uma aposta na manutenção de Lula como protagonista da cena política. É um modelo que costuma ser seguido pelos partidos europeus.
O título é honorífico, "presidente de honra". O presidente de direito do PT é o ex-senador José Eduardo Dutra. Mas, na prática, Lula vai falar não só para dentro do PT, como fez recentemente no debate do reajuste do salário mínimo, como também de dentro do PT (e do governo) para fora do partido, aos segmentos sociais como um todo.
Segundo um dos líderes do PT mais bem situados no atual governo, amigo de Dilma Rousseff e de Lula, "ele será mais presidente de honra do PT do que ex-presidente da República".
Ao reconduzir Lula, o PT resolve dois problemas de uma tacada só: o ex-presidente terá carteira assinada e um salário de pouco mais de R$ 13 mil e, em segundo lugar mas não menos importante, poderá se movimentar no cenário político internacional e nacional, neste caso, sem dar margem a críticas - que ele tantas vezes dirigiu ao tucano Fernando Henrique Cardoso - de não guardar o silêncio obsequioso esperado dos ex-presidentes. No entendimento petista, quando falar Lula emitirá opinião como "expressão maior" do Partido dos Trabalhadores.
A pré-estreia do que deve ser esse protagonismo do ex-presidente se deu esta semana, antes mesmo de Lula assumir o título honorífico de presidente de honra. De Dacar, capital do Senegal, onde foi para participar do Fórum Social Mundial, Lula acusou as centrais sindicais de "oportunismo" pelas críticas feitas à proposta do governo de reajuste do mínimo.

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